Quarta feira, 14:30 dentro do uber percebi o quanto era importante ter uma logística de tempo e distância para fazer uma visita.

Pensei em gravar ao vivo pelo stories do Instagram… liguei o recurso várias vezes mas escolhi não usá-lo.

Resolvi que a conversa seria offline, presente, apenas com fotos para lembrar e escrever sobre esse momento. Exercitar a memória e a escrita.

Ramonn Vieitez é um jovem artista contemporâneo que tive a sorte de conhecer tempos atrás quando fez estágio no atelier. Curto e acompanho o trabalho dele, mas ainda não tinha visto pessoalmente.

Já fiquei encantado com o jardim que conduz você ate o seu atelier. Coqueiro, arbustos, plantas de várias espécies e muitas flores agrupadas de forma natural e aconchegante…

Mas vamos ao atelier!

Abro a porta e sou recebido por um espelho vintage com um grande sofá em sua frente.

Uma luz vindo pela janela esquerda da sala atravessa o espaço deixando tudo com um ar de filme antigo.

Painéis, estudo em papel vegetal e trabalhos em andamento ficam expostos de uma forma fácil para poder ser retomados a qualquer momento. O uso da tinta a óleo permite ter esse movimento mais slow.

O trabalho de Ramonn é jovem e retrata meninos pensativos em um ambiente intrigante e colorido. O pensar e os sonhos de seus personagens servem de cenário para eles.

O que me chamou atenção no processo criativo dele é o uso de referências fotográficas pré e pós-guerra, garimpadas em suas viagens para outros países.

Fotos, revistas e livros de fotografias dão formas, personalidade e alma aos seus garotos solitários.

Ramonn é representado pela galeria Amparo 60 e Portas Vilaseca.

Para conhecer o trabalho de Ramonn: @ramonnvieitez

Até a próxima visita!

Dia desses encontrei um amigo de longa data na rua e repetimos a velha frase de sempre “depois a gente marca…”

É mais fácil esbarrar com conhecidos do que marcar e fazer uma breve visita. A distância, o trabalho e até mesmo as facilidades do mundo virtual contribui para uma vida mais distante e solitária.

O trabalho contínuo no meu ateliler sob medida atrapalha um pouco essa interação com o mundo exterior… O lado emocional e criativo precisa desse contato e troca. Saber e ver o que outras pessoas estão fazendo pode ser inspirador e gratificante.

Aprender a ser novamente curioso… Reaprender a escutar e falar menos de si faz parte desse combo instigante.

Visitar amigos já é bom e quando são artistas, artesãos ou criativos a ação tem um sabor todo especial.

E ae posso te visitar?